sábado, 26 de janeiro de 2008

Barry White – The First, The Last....

Ele nasceu em uma pequena e desconhecida cidade do Texas (Galveston), mas tornou-se um dos símbolos de uma Era e uma das vozes mais marcantes da música universal.

Barry White é o nome artístico de Barrence Eugene Carter, o “Voz de veludo”. Também foi chamado de “Maestro”, ao longo da carreira pelas contribuições nas melodias e nas letras de canções. Em verdade, a sua carreira inicial como cantor em um grupo musical foi pífia. E foi justamente isso que acabou por garantir a ele um futuro (e que futuro) na indústria fonográfica.

Esta observação é minha. E eu a explico, afirmando que o fato dele ter se lançado como cantor muito mais tarde do que a maioria dos cantores, propiciou que o mesmo amadurecesse na técnica vocal, no swing (foi o rei do Soul em sua época), além de desenvolver múltiplas habilidades. Ao contrário da maioria dos cantores, portanto, Barry White não precisava de direção, pois ele mesmo se produzia.

Vale lembrar que, no início dos anos 60, quando Barry iniciou o até então discreto vôo na carreira artística, as músicas eram executadas com todos os instrumentos. Já a partir dos anos 80, alguém com um computador ou teclado conseguia construir trilhas sonoras inteiras, sem saber tocar um único instrumento.

Mas não era assim antes disso. Por isso a sincronização dos arranjos, acordes e tons eram muito importantes nos anos 60 e 70. E também nisso (além das letras), o Maestro era muito bom.

Abrindo um parêntesis, ao fazer uma apresentação ao vivo, qualquer artista nessa época deveria ir acompanhado de sua banda com todos os músicos e instrumentos. Com o advento dos playbacks de alta fidelidade e da música eletrônica, tudo ficou mais fácil e mais barato (viagem, hospedagem, cachês, etc), embora também mais “robotizado” e com menos “brilho”.

Para encurtar este post, pois pretendemos fazer vários tendo Mr. Carter como tema, a sua inserção na música como cantor solo aconteceu por mero acaso. Pensando bem, como pode uma voz como a de Barry White ficar tanto tempo no anonimato?


No início de 73, trabalhando como produtor musical (ele já havia produzido vários artistas à época e lançado o Love Unlimited – aguarde post sobre o assunto), ele estava ouvindo e selecionando fitas demo de diversos cantores.

Estava atrás de uma voz masculina, quando certa feita a gravadora para a qual estava trabalhando (a Philips – lembram do selo?), insistiu em que ele fizesse um demo. Dos eventos de sucesso que sucederam esse “pequeno passo” do Maestro, com certeza eu não preciso explicar.

A música a atingir o top ten americano (número 1 em R&B, terceiro na parada geral) e que desencadeou todo o frisson em torno desta lenda da música pop foi “I'm Gonna Love You Just a Little More Baby”. Ainda em 73, o primeiro ano da carreira solo, veio outro super hit de Barry: “Never, Never Gonna Give You Up”.

Outras músicas de destaque foram “Can't Get Enough of Your Love, Babe” (1974), “You're the First, the Last, My Everything” (1974), “Let the Music Play” (1976), “It's Ecstasy When You Lay Down Next To Me” (1977), “Just The Way You Are” (1978), “I Love to Sing the Songs I Sing” (1979), “Lady, Sweet Lady” (1980), “Change” (1982), dentre várias outras (foram tantas que, com certeza, esqueci de destacar alguma).

Quem é bem mais jovem, mas assistiu ao seriado Ally McBeal (Fox), deve lembrar bem de "You're the First, the Last, My Everything”, que tocou em muitas oportunidades, pois era a música preferida de, Cage, um dos protagonistas (chefe de Ally). O próprio Barry White apareceu algumas vezes cantando no seriado, como no aniversário de Cage. Vale a pena conferir trechos do seriado com a música e com a “dança” de Cage, que foi repetida várias vezes ao longo da comédia:

http://www.youtube.com/watch?v=4FNIEn5CTyM
http://www.youtube.com/watch?v=Qsawsq5-Xt8
http://www.youtube.com/watch?v=rhypFRWew4Q

O homem que cantou o amor em melodia, verso e prosa, morreu em 2003 de falência renal, devido a complicações crônicas de coração. Estava na fila de transplante.

Segundo Luciano Pavarotti, seu amigo pessoal (os grandes sabem se reconhecer), suas palavras finais foram: “Leave me alone, I’m fine”. Eu teria dito a ele, “Hey Barry, You’re The First...”. Click aqui e veja mais detalhes da carreira de White.

É isso, por enquanto. Mas, sobre Disco Music, ainda há muito a ser contado...

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei da história do grande maestro barry white, sou um grande fã da disco music. Continue com as histórias da disco, sempre comentando dos grandes artistas. sempre que puder vou ler. um grande abraço. ass: beto campos